quinta-feira, janeiro 31, 2008

A minha seita (um desabafo) 1ª parte...

Consta que Syd Baret, antes de ser levado pelos seus fantasmas, pronunciou em tom de rara circunspecção «Um dia todos os concertos serão gigantescas obras de arte, carregadas de densos elementos cénicos, a música, apenas, vai deixar de satisfazer um publico ávido de estranheza». Não foram poucos os que o tomaram por oráculo, os seus partenaires à cabeça, em digressões que se prolongaram por longas décadas; também descendentes criativos, como os primeiros génesis e os seus gloriosos delírios. Fauna bem diversa (madonnas,Robbies) também tentou, com afinco, implementar a formula. Não me reconheço skills para ajuizar o sucesso destes empreendimentos, as minhas reservas em relação às artes plásticas têm sido, num registo aliás assaz monótono, frequentemente partilhadas; queria apenas registar, utilizando toda a plenitude da satisfação, que a única reprodução de concerto que encontrei numa galeria foi o destes gajos




O pretexto foi uma exposição de Dan Graham no Serralves, que incluía um vídeo deste género (escolhi este porque ainda por cima é uma versão dos Wire). Desconstruindo a profecia Syd Baret: um acontecimento musical purgado de todas as variáveis espúrias.


END OF PART 1

3 Bitaites:

Anónimo mandou o bitaite...

saw you in a mag
kissing a man
saw you in a mag
kissing a man
smoking a fag
kissing a man
saw you in a mag
kissing a man yeah

saw you in a mag
kissing a man
saw you in a mag
kissing a man
smoking a fag
kissing a man
saw you in a mag
kissing a man yeah

got you in a corner
got you in a corner
got you in a corner
got you in a corner
got you in a cottage
got you in a corner
got you in a corner
oh no no no

1 2 X U

Anónimo mandou o bitaite...

"...a música, apenas, vai deixar de satisfazer um publico ávido de estranheza"

o senhor não falava, com certeza, de pessoas que gostam de música... só apreciar um concerto se tiver "acessórios" apelativos, não musicais... que treta!

os referidos acessórios podem servir apenas de distracção, para completar algo que só por si não é particularmente interessante.

aliás, muitas vezes nos apercebemos da grandiosidade de um concerto quando apenas os músicos com os seus instrumentos conseguem criar um ambiente quase de comunhão que, quando termina, muitas vezes nos perguntamos se foi mesmo real... e ficamos com a sensação de que participámos (ainda que como meros assistentes) em algo extraordinário.

Anónimo mandou o bitaite...

já agora, e a propósito da "gigantesca obra de arte", também o género operático surgiu com o objectivo de criar a "obra de arte completa", integrando as várias formas artísticas: música, teatro, poesia, pintura, arquitectura.
diz-se que foi wagner que levou mais longe esta forma de arte...

apesar de achar que não era a isto que ele se referia, parece-me que o sr. barret propõe apenas uma variação/actualização do género já que, quando surgiu a ópera (séc. XVI) não havia fotografia, cinema, entre outras novas formas de arte...