Ontem fui ver por volta das 15 horas se havia algo de interessante na televisão.
Certamente dirão que a essa hora não há nada de interessante na televisão.
Mas isso é errado, pelo menos no dia de ontem.
Pois foi transmitido em directo na RTP2 o debate sobre o orçamento de estado na assembleia da república. :)
Deu para ficar com a noção sobre como o José Sócrates se tornou (ou sempre foi?) insuportável. O discurso inicial foi normalissimo, a elogiar o trabalho feito pelo governo e a dizer que o país está por causa disso num bom caminho (foi semelhante ao discurso de qualquer chefe de governo numa ocasião destas). O que foi impressionante foi a forma como ele respondeu às perguntas colocadas pelos deputados, começava a acusar os deputados não darem valor às novas medidas tomadas e depois nos últimos 15 segundos (quando muito) do tempo dele respondia por alto à questão colocada.
Mas o mais impressionante foi a actuação de Pedro Santana Lopes. Deu para notar que ele aínda continua magoado com o desastre que foi o governo dele, onde no fim de tudo ele nem sequer teve a dignidade de se demitir na noite eleitoral e só um ou dois dias depois. O gajo até metia mesmo muita pena. O Sócrates deve ter feito uma festa quando soube que Menezes escolheu Santana Lopes como lider parlamentar. Eu aínda me lembro de ter havido uns debates regulares entre Santana Lopes e Sócrates na televisão (não me recordo se foi na RTP ou na SIC) na era Durão Barroso. Nesses debates, na maioria das vezes, Santana Lopes saía vencedor. Agora é o contrário, não tem qualquer hipótese. Quanto tempo ele aguenterá?
Quem se safou relativamente bem foram Paulo Portas e Francisco Louçã, dois politicos feitos para fazerem parte da oposição. O que é extraordinário é que Paulo Portas saíu quase ileso dos três anos de governo.
Sobre o Jerónimo Sousa não há grande coisa a dizer. O Sócrates comentou que em 30 anos o PCP nunca votou a favor de um orçamento de estado. Porém põe-se a questão se o PS alguma vez votou a favor de um orçamento de estado enquanto estava na oposição.
O momento que me mais impressionou foi quando o Sócrates disse: "As pessoas lá fora..."
Penso que essa expressão diz tudo, revela o desprezo que essa gente sente pelo povo que anda lá por fora, os eleitores e os contribuintes a quem é preciso (que chatice) prestar contas...
A classe politica e a gente lá fora...
quarta-feira, novembro 07, 2007
As pessoas lá fora
Espetado por Ger @ 16:12
Labels: derrota encravada na garganta, Palhaços, política
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2 Bitaites:
Não vi este debate, aparentemente, a acreditar no teu relato, um decalque dos outros: Socrates começa por lançar uma rajada de medidas novas(desconhecidas na altura pela oposição) e depois ignora em absoluto as perguntas da oposição: alegando a importancia em discutir as medidas novas.Daqui não retiro nada censurável: trata-se de uma estratégia aceitável, absolutamente legitima; o que me parece confrangedor é a sua eficácia: intacta, depois de 3 anos de uso exaustivo.
Anyway alguem se lembra de um debate deste tipo que tenha corrido mal a um primeiro ministro?
Claro que é uma estratégia entre outros e o facto de os debates correrem sempre bem a Sócrates tambem deriva da fraqueza da oposição.
Quando escrevi o post aínda não soube do novo episódio em que ele ontem depois de fazer o seu discurso saíu apressadamente do parlamento e não voltou a entrar. Portanto isto vai continuar assim até às próximas legislativas. Aínda não sei avaliar bem o que defende o Menezes, mas a escolha de Santana Lopes como líder parlamentar condiciona fortemente as suas possibilidades de vencer as próximas legislativas.
As medidas anunciadas pelo Sócrates não são assim tão significativas, mas feitas na hora do debate sem dúvida são eficázes. Sempre quando alguem o criticava no debate ele acusava o critico de que não tem em conta as medidas novas anunciadas.
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