... e a de Palaçoulo não vai ser uma delas.
O governo de Sócrates prepara-se para dar mais uma machadada no interior. Completamente alheio a especificidades, o ministério da educação estabeleceu uma lista de critérios, e escolas que os não verificassem encerrariam.
Contra esta falta de sensibilidade, participei há tempos atrás num trabalho desenvolvido por um grupo de pessoas da terra cujo objectivo era mostrar a sustentatibidade da Escola Primária de Palaçoulo a médio prazo, com vista a evitar o seu encerramento. Ao que parece (fontes oficiais o garantem), o resultado foi positivo, e a escola não vai fechar.
Entre outras coisas, coube-me a tarefa de fazer um pequeno texto introdutório de propaganda sobre a aldeia e sobre a qualidade de vida da mesma. Com o mesmo objectivo - da propaganda - aqui agora o publico:
Há uns anos atrás a RTP fez uma reportagem sobre Palaçoulo, que o jornalista intitulou “Palaçoulo, um oásis em Trás-os-Montes”. E disse-o bem. Palaçoulo é, inegavelmente, um caso único na região e quiçá no País.
Uma aldeia de contrastes harmoniosos. Onde a tranquilidade do campo e as rotinas urbanas convivem lado a lado. Onde pessoas têm empregos estáveis e ao final da tarde vão cuidar da horta. Onde, ao mesmo tempo um pastor assiste no monte ao nascimento de mais um bezerro e num gabinete se envia um e-mail para Tóquio a confirmar uma exportação de milhares de euros. Uma terra de emigrantes, como toda a região, mas agora sobretudo uma terra de imigrantes (o que para uma aldeia é coisa rara, e para uma aldeia do interior, coisa mais rara ainda). Caso notável numa aldeia será também o facto de ter mais pessoas de fora a trabalhar na terra do que pessoas que vivem na terra a trabalhar fora. Uma terra que respeita a tradição, mas que aposta na inovação e no desenvolvimento, onde ainda se fazem facas manualmente mas também com as máquinas e materiais mais sofisticados do sector. Onde o Português e o Mirandês se misturam mas não se excluem.
Uma aldeia com hábitos sociais. As pessoas reúnem-se, vão ao café, conversam (de futebol é certo, mas também de vias de comunicação, de infra-estruturas para a região, política,..), onde os convívios espontâneos são constantes. Enfim, uma aldeia que desafia o estereótipo da terrinha isolada e amorfa em Trás-os-Montes. É uma aldeia viva, e por isso uma aldeia onde as pessoas gostam de viver.
Onde as crianças riem e brincam umas com as outras no caminho da escola para casa.
P.S. Visite esta bela terra por detrás os montes plantada. Certamente, lá vai ser feliz.
domingo, maio 27, 2007
Mais de 1300 escolas do 1º ciclo deverão encerrar no próximo ano lectivo
Espetado por parreirex @ 22:38
Labels: educação, interior ostracizado, Palaçoulo, sócrates
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2 Bitaites:
Não esquecer que Palaçoulo é a capital da navalha.
Parreira... que andas tu a fazer em Aveiro?
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