Mafalda tinha os olhos arregalados como quem foi surpreendido asustadoramente. A particularidade da Mafalda era que nao tinha outro olhar, era o dela, o olhar de Mafalda, o olhar Mafalda. A sua franja meticolasamente horizontal dava-lhe um ar de criança indefesa que nao tinha porem nenhuma relaçao com a sua atitude asustada. Essa advinha do olhar de Mafalda, o olhar Mafalda.


Quisera um dia conhecer Mafalda, porem a velocidade com que a cruzei nao deu veleidades. Pensei, na altura, que o olhar asustado com que olhava tudo à minha volta durante a minha travessia fugaz era medo e timidez de me fitar. Tivessa ela me almejado com o seu olhar e perceberia a sua reacçao perante a minha figura eremita, estranha, sem sentido, mal amanhada.