sexta-feira, agosto 06, 2010

diário paulista: jet lag ou a problemática das relações amorosas dos taxistas de são paulo

devo então estar sofrendo dessa coisa que parece doença de gente fina...
deixa eu contar então mais um problema/característica dessa cidade, que posso descrever como "a problemática das relações amorosas dos taxistas de são paulo". os taxistas falam ao telemóvel com namoradas, amigos, amantes, o que seja, com a maior naturalidade do mundo, sem qualquer pudor de partilhar a sua vida privada com os clientes. e, aparentemente, a grande maioria tem diversos problemas de relacionamentos. logo à chegada deu para perceber isso, quando a taxista que nos levou do aeroporto ligou à mãe do namorado a dizer-lhe que tinha que tomar alguma atitude em relação ao filho, ou ele arranjava trabalho ou ela mandava ele passear, que ela não estava ali para sustentar malandro. ontem, no caminho para o aeroporto, e após uma conversa de desabafo ao telemóvel com um amigo, o taxista acaba por nos confidenciar que tinha sido enchifrado pela namorada há umas semanas, que tinha sofrido pra caralho, mas que já estava recuperado e já estava partindo para outra, porque a vida é pra levar pra frente. pensava que enchifrar era coisa só de homem, mas tinha percebido que não. isto, depois de uma animada conversa sobre os novos grandes talentos futebolísticos do santos (atenção a neymar, ganso (muita classe, esse miúdo), andré, ...) e futebol brasileiro em geral, foi de uma honestidade quase comovente...
entre chegada e a partida, taxistas que ao telemóvel consolavam a namorada por causa do problema do cachorrinho dela e, telefone desligado, reclamavam que ela ligava mais pro cão que pra ele, taxistas que aparentavam ser veados recalcados, tal a raiva/inveja com que falavam sobre a promiscuidade homossexual. outros, mais soft, simplesmente ouviam samba em altos berros.

e aqui termina este diário paulista. voltei com vontade de voltar, mas da próxima vez no brasil quero a cidade maravilhosa.

beijos com bacalhau.

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