ainda em estado de choque

já depois de ter despachado 6 hot wings no kentucky fried chicken, e enquanto esperava quarenta minutos para sair do parque de estacionamento do colombo, a minha raiva para com o cardozo (por não ter avançado mais com a bola) ia desaparecendo, a minha voz (depois de tantos berros a festejar dois golos, a insultar o bandeirinha que acompanhava o ataque do benfica na primeira parte e (sobretudo) a chamar palhaço ao palhaço do moutinho (ver abaixo)) ia aparecendo e uma sensação de que afinal o empate é um mal menor ia-me confortando.

apetecia-me ouvir na rádio a análise pós-jogo e os habituais comentários aos habituais casos do jogo. se é certo que aquela entrada do maxi me pareceu que podia ter levado vermelho, também tinha ficado com a impressão de que poderia haver fora de jogo no 1º golo do porto (sensação errada), que tinha havido uma agressão ao gaitan (sensação certa) e que perto do final o maior (leia-se garay) tinha sido agarrado na área contrária (não vi repetições disso, por isso deve ser uma sensação errada). todas estas dúvidas foram longe de onde estava. mas no geral tinha ficado com a sensação de que o porto tinha sido muito mais protegido, sobretudo nas faltas a meio campo. os três médios do porto fartaram-se de fazer faltas e apenas um amarelo perto do fim, mas tudo bem. dois pisos abaixo de terra não há rádio para ninguém e foi só depois de alverca, nas notícias da meia noite que ouvi as primeiras reacções ao clássico. e, meus amigos, não fosse a minha perícia ao volante, aquilo que ouvi podia ter provocado um desastre: um treinador banana com um discurso ultra agressivo e super ofendido a criticar a arbitragem e o futebol do benfica (é certo que o benfica não jogou grande coisa, mas o porto não criou uma única oportunidade de golo, nem nos golos que marcou). aquilo foi ridículo, notou-se perfeitamente que o discurso já estava preparado, porque o joão ferreira tinha testemunhado no caso dos túneis, e era só encaixar um ou dois momentos e dois ou três nomes. depois, vem o presidente com a mesma conversa e com imagens num telemóvel. para completar o insólito, o treinador e presidente do benfica com discursos decentes.

na celebração de 10 anos de existência, o portal Bodyspace lançou uma colectânea altamente recomendável pela optimus discos, com duetos de bandas portuguesas. dessa colectânea faz parte a música com melhor título do ano passado: Em tempos amei Pimpinha, é interpretada pelos sensible soccers & blac koyote. ora, em tempos também eu gostei (não amei) de pinto da costa, do seu sentido de humor, da sua ironia, enfim era uma personagem engraçada. neste momento é uma caricatura do que foi, infelizmente para todos. o que raio ele queria insinuar com aquela estória do resultado errado no site da liga?? já agora, e para verem como isto anda tudo ligado, a única outra música que eu conheço dos sensible soccers também tem um nome giro: chama-se missé-missé, nome de craque que já passeou classe por alvalade.

moutinho
o moutinho é um palhaço. o moutinho não é mau jogador, é até um jogador decente, mas o moutinho é o gajo mais sobrevalorizado do futebol nacional. comigo, por exemplo, não tinha lugar no meio campo da selecção (e o meio campo da selecção não é tão bom quanto isso), mas adiante que com a sobrevalorização dele posso eu bem, apesar de achar mal. o que me incomoda nesse artista é que é o gajo mais palhaço e mais protegido pelos árbitros do futebol nacional. não sei a que propósito, mas ganhou um estatuto (que já vem dos tempos do sporting) de menino bem comportado que o torna inimputável e que lhe permite passar jogos inteiros a fazer faltas manhosas no meio campo, a reclamar, e só apanhar um amarelo a 5 minutos do fim. ainda assim, este ainda não é o ponto que me incomoda mais no gajo. o que me irrita mesmo é o aparato (que também já vem dos tempos do sporting). o homem é tocado e parece que partiu uma perna, é empurrado e parece que foi atropelado por um camião, há um contacto corpo a corpo e parece logo que foi agredido. depois deita-se no chão, para passar a imagem que a coisa foi mesmo grave e, se não lhe ligarem muito lá se volta a levantar com aquele ar 'levei bem, mas eu sou forte e aguento'. enfim...